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domingo, 16 de setembro de 2012

Resident Evil Operation Raccoon City é o pior game de toda a franquia da Capcom

Para amenizar a ansiedade dos fãs da série, que esperam pelo lançamento de Resident Evil 6 para novembro, a Capcom lançou Resident Evil Operation Raccon City. O jogo foca nos eventos paralelos ao enredo principal do segundo título da franquia, em um estilo de jogo bem diferente do padrão. O lançamento, porém, não agradou nem um pouco.
Fim do mundo ou recomeço da série?
Resident Evil: Operation Raccoon City (Foto: Divulgação)Resident Evil: Operation Raccoon City (Divulgação)
Dois mil e doze parece ser o ano de Resident Evil. Depois de lançar Revelations para o Nintendo 3DS e anunciar Resident Evil 6 para o segundo semestre deste ano, a Capcom presenteia os fãs com um novo capítulo à parte da franquia original: Operations Raccon City. Porém, o presente tem um gosto amargo e dá a esses fãs uma sensação parecida como a de quando recebiam roupas em vez de brinquedos na infância.
Isso porque, ao deixar o desenvolvimento do jogo para a Slant Six Game, a tragédia foi assinada. Os outros títulos da empresa já não eram lá essas coisas, limitando-se a franquias que nunca venderam acima do esperado. E a desculpa não é sobre limites de orçamento, já que Socon, por exemplo, sempre foi uma das queridinhas da poderosa Sony. Além disso, a Capcom não investiria pouco em um novo título de Resident Evil. Apenas faltou competência.
A verdade é que pouca coisa se salva no game. A começar pela história um tanto “jogada” e sem maiores explicações: um grupo de mercenários é contratado pela própria Umbrella para limpar a sujeira feita em Raccon City. Eles, porém, não contavam com o caos instaurado no local. O que acontece depois disso poucos sabem, afinal, nada muito impactante é revelado no enredo. Termine o game e veja com seus próprios olhos.
Resident Evil: Operation Raccoon City (Foto: Divulgação)Resident Evil: Operation Raccoon City (Foto: Divulgação)
Modos cooperativos online e offline
O intuito de Resident Evil Operation Raccon City é colocar o jogador ao lado de amigos, seja em multiplayer local ou online. Uma prova disto é que, uma vez conectado, o jogo apresenta como primeira opção o modo campanha cooperativo, permitindo que outros jogadores participem da história ao seu lado. A ideia é bem interessante e funciona de verdade, melhor do que o modo multiplayer local, que, graças aos gráficos exageradamente sombrios do jogo, confunde na tela dividida.
Os outros modos de jogo são os grandes atrativos do game. Eles variam desde um simples Team Deatmatch – no qual vence o time que elimina mais adversários – até novos  e interessantes modos, como o Survivor, em que vence quem conseguir alcançar o helicóptero de resgate primeiro.
Essas novidades contam para os poucos prós do jogo, entretanto, elas também não estão livres dos eternos bugs. Desde armas que somem a travamentos, eles infernizam a vida dos jogadores que ainda precisam contar com um longo loading antes das partidas.
Resident Evil: Operation Raccoon City (Foto: Divulgação)Resident Evil: Operation Raccoon City (Foto: Divulgação)
Jogabilidade longe dos padrões
A Capcom insiste em fugir da mecânica que consagrou Resident Evil desde RE 4, quando optou por eliminar as câmeras fixas e apostou em uma visão em terceira pessoa. Os fãs mais antigos da série não gostaram nem um pouco, mesmo que RE 4 tenha sido, no final das contas, um dos melhores jogos da geração 128 bits.
Em RE Operation Raccon City esse conceito é comprovado e a mecânica primária jogada em outro planeta. Isso porque o título abandona completamente o clima que mescla apreensão e terror, e parte para um shotter no melhor estilo Socon.
Se pelo menos ela funcionasse, esse problema poderia ser amenizado, mas ao invés de cooperar, ela torna-se a principal inimiga do jogo. A começar pela movimentação, que se faz de saltar para se esquivar dos oponentes uma tarefa quase impossível. A dificuldade desregulada complica ainda mais, uma vez que simples Hunters – criaturas do primeiro Resident Evil – conseguem dar mais dor de cabeça que muitos chefes de fase.
O outro grande problema fica por conta do sistema de mira. Atirar na cabeça de zumbis não é tão difícil, mas em outras criaturas é algo praticamente impossível. Isso sem falar no nivelamento do arsenal do jogo. Do que adianta acumular pontos para comprar novas armas, se elas tiram praticamente o mesmo dano? Até as “poderosas” shotguns não passam de simples armas de curto alcance.
Resident Evil: Operation Raccoon City (Foto: Divulgação) (Foto: Resident Evil: Operation Raccoon City (Foto: Divulgação))Resident Evil: Operation Raccoon City (Foto: Divulgação)
Gráficos de dar medo
Para falar do visual de Operation Raccon City, é preciso frisar alguns pontos importantes. Desenvolver um jogo para uma série consagrada como Call of Duty ou God of War não é uma das tarefas mais fáceis, uma vez que os títulos precisam de muita qualidade, superando os anteriores. Isso não acontece com a Slant Six, com isso, temos um jogo que visualmente não chega perto dos outros jogos da franquia.
Isso é notado logo no começo do jogo, quando nos deparamos com William Birkin – chefão de Resident Evil 2 – e percebemos que, nas cenas de animação, o personagem consegue ficar pior do que nas CGs de 1998. Outras criaturas, como os Hunters e Linkers também, estão mais feios do que em aparições mais recentes, como em Resident Evil 5. E nem os pobres zumbis escaparam do fiasco, sendo repetitivos demais.
A única coisa que escapa é a ambientação do jogo – deixando as sombras exageradas de lado. Elas remetem ao jogador um clima de nostalgia, principalmente ao cruzar a famosa delegacia de Raccon City, palco de Resident Evil 2. Esta, por sua vez, ganhou com os avanços da tecnologia de desenvolvimentos dos games, e reaparece de uma forma brilhante deixando até uma lágrima no canto dos olhos daqueles que acompanham a série desde o primeiro título.
Resident Evil: Operation Raccoon (Foto: Divulgação)Resident Evil: Operation Raccoon (Foto: Divulgação)
Conclusão
O que era pra ser um aperitivo para Resident Evil 6, acabou tornando-se uma pedra no sapato da Capcom. Com um enredo sem maiores explicações, gráficos medianos e uma jogabilidade dura e falha, Resident Evil Operation Raccon City é mais uma tentativa frustrada da empresa de ramificar a série com jogos que não interfiram no andamento da franquia principal. No final das contas, é apenas um game mediano para se divertir online com os amigos.