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quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Inversion tenta copiar clássicos ao invés de explorar sua diversidade

Na geração atual de consoles, é difícil um jogo ser criado do zero e conquistar o seu espaço. E, mesmo assim, por mais originais que sejam, há uma certa inspiração por trás do desenvolvimento. Minecraft, por exemplo, é um game diferente de muita coisa que vimos antes, mas conta com elementos de estratégia que transbordavam em títulos para PCs na década de 1990.
Inversion (Foto: Divulgação)Inversion (Foto: Divulgação)
Pensando assim, não há uma regra que impeça empresas que copiarem elementos que funcionam. No caso de Inversion, a Namco Bandai optou por desenvolver um jogo com elementos (muito) similares a Gears of War. Não há como negar isso, afinal, qual outro jogo conta com uma espécie de serra elétrica na sua arma? Mas não para por aí. A movimentação com direito a câmera trepidando também foi uma inovação da Epic que apareceu em Inversion.
Só que a grande crítica não fica no fato de Inversion ter agregado esses elementos de Gears of War, mas sim por não ter explorado o único quesito original do título e que leva nome ao jogo: a inversão de gravidade. Sim, ela funciona e agrada, só que não é explorada como deveria. Acompanhe a leitura e entenda o motivo.
Inversion (Foto: Divulgação) (Foto: Inversion (Foto: Divulgação))A inversão da gravidade não é devidamente explorada em Inversion (Foto: Divulgação)
Campanha surreal e multiplayer manjado
A campanha principal de Inversion conta uma história confusa sobre uma invasão alienígena que busca escravizar a raça humana. Nossos invasores, os aliens, trouxeram uma espécie de mecanismo que controla a gravidade, só que ele acabou caindo nas mãos do protagonista Davis Russel, que usa o feitiço contra o feiticeiro para ir em busca de seu filho desaparecido.

Nesse modo, o enredo comporta-se da mesma forma que qualquer filme do gênero. Amigos que ficam pelo caminho, monstros que aparentam ser imbatíveis, mas que acabam apresentando uma determinada fragilidade, e reviravoltas não tão impactantes. Uma história mediana, mas que consegue prender a atenção do jogador.
Já os modos multiplayers contam com todos os manjados tipos de partida, como Deatmatch, Team Deatmatch e Capture the Flag. A diferença é que as partidas contam com a inovadora bugiganga alien, que permite ao jogador brincar com a gravidade. Falaremos mais desse modo adiante.
Inversion (Foto: Divulgação) (Foto: Inversion (Foto: Divulgação))Objeto alienígena é o responsável pela inversão da gravidade de Inversion (Foto: Divulgação)
Limitando a inovação
Na tentativa de copiar um estilo de cobertura e troca de tiros – que funciona em Gears of War –, Inversion peca por colocar personagens em proteções mal planejadas e que muitas vezes são ineficientes ao ponto de não fazer tanta diferença ao jogador se ele está protegido ou não. O sistema de mira peca por não apresentar alvos precisos. Mirar a cabeça ou outra parte vital do corpo de seus inimigos, é uma tarefa que merecia muitos troféus e conquistas.
O que funciona realmente é o sistema de inversão, que leva nome ao jogo. Ele faz com que jogadores e outros elementos da tela sejam jogados para o lado do cenário como se a gravidade fosse desligada por alguns instantes.
O curioso é que, em vez de explorar essa mecânica inovadora e divertida, o jogo tenta copiar elementos de sucesso como Gears of War. Com isso, você passará mais tempo se protegendo e cortando inimigos do que brincando com as plataformas espalhadas em um ambiente sem força gravitacional.
Inversion (Foto: Divulgação) (Foto: Inversion (Foto: Divulgação))Em Inversion, jogadores e objetos são afetados pela falta de gravidade (Foto: Divulgação)
Visual que não encanta
Saiba que o único elemento que merece elogios em Inversion é o cenário. O planeta Terra parcialmente destruído é bem reproduzido e lembra bastante os filmes clichês de invasões alienígenas ou apocalipses naturais. O jogo também conta com um sistema de destruição de cenário limitado, mas que, quando surge, agrada pela forma com que paredes viram poeira.
E os outros elementos só tem críticas a receber. Começando com as expressões faciais que não mostram nada sobre os sentimentos dos personagens. E ainda sobre os personagens, eles possuem vestimentas um pouco poligonais e a sua engenhoca gravitacional parece uma fantasia carnavalesca.
Inversion (Foto: Divulgação) (Foto: Inversion (Foto: Divulgação))Cenários de Inversion merecem aplausos (Foto: Divulgação)
Conclusão
Inversion poderia ser um jogo inovador, pois apresenta uma mecânica que brinca com a gravidade de uma forma divertida e até certo ponto desafiadora. Mas o game peca por focar em agregar elementos de sucesso, como o sistema de cobertura e metralhadoras com serra elétricas. Um clone de Gears of War? Não, o jogo não chega nem perto do clássico da Epic.