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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Cientistas identificam partes do cérebro associadas ao otimismo

Ao desligar algumas regiões dos cérebros de voluntários, pesquisadores constataram quais partes cerebrais influenciam no otimismo natural do ser humano.


Cientistas identificam partes do cérebro associadas ao otimismo
(Fonte da imagem: ThinkStock)
Para o cérebro humano, as notícias boas são mais relevantes do que as ruins e, por isso, as pessoas tendem a se lembrar mais das boas novas, enquanto amenizam as mais pessimistas. Essa é a causa, por exemplo, do fato de muitos superestimarem naturalmente as chances de ganhar na loteria ou de viver até os 100 anos, quase não ocupando seus pensamentos com a possibilidade de algo ruim acontecer, como os riscos de câncer ou de se divorciar da pessoa amada.
Agora, cientistas da faculdade mais antiga de Londres, a University College London, identificaram as partes do cérebro responsáveis por esse tipo de comportamento e descobriram que um campo magnético aplicado nessa região — conhecida como giro frontal inferior (GFI) esquerdo — pode tornar as pessoas "menos otimistas", fazendo com que elas levem em consideração tanto as notícias boas quanto as ruins.

Desligando partes do cérebro de voluntários

Para chegar a essa conclusão, a equipe de pesquisadores trabalhou com 30 voluntários que passaram por uma estimulação magnética transcraniana repetitiva, uma técnica usada para “desligar” temporariamente algumas partes do cérebro. Com isso, a equipe pode observar o comportamento de pessoas que tiveram não apenas o GFI esquerdo desabilitado, mas também o GFI direito e outras partes do cérebro que não estavam correlacionadas com o assunto investigado.
Os voluntários passaram por uma pesquisa em que deviam estimar quais seriam as chances de enfrentar uma situação ruim no futuro, como ser roubado ou vir a sofrer de uma doença incurável. Depois, os cientistas deram mais informações sobre essas situações e pediram para que os voluntários estimassem novamente essas possibilidades.

Novos resultados, novos tratamentos

Pesquisas antigas sobre esse assunto diziam que, ao interromper o GFI esquerdo, uma pessoa se tornaria mais pessimista e não teria a capacidade de tirar lições das notícias boas que receberia. Além disso, interromper o GFI direito poderia tornar alguém muito mais otimista. Mas a pesquisadora Tali Sharot constatou algo diferente.
Cientistas identificam partes do cérebro associadas ao otimismo
(Fonte da imagem: ThinkStock)
De acordo com o The Scientist, quando a área esquerda é desligada, as pessoas não deixam completamente de serem otimistas. Elas continuam dando atenção às notícias boas, mas passam a lidar melhor com as notícias ruins, levando-as também em consideração e tornando-as mais relevantes para suas funções cognitivas.
Já os voluntários que tiveram o GFI direito ou qualquer outra parte do cérebro desligada mantiveram o comportamento anterior, de dar mais relevância às possibilidades boas. Essa pesquisa pode levar a tratamentos melhores, principalmente no que diz respeito aos casos de depressão clínica. Seria possível, por exemplo, criar métodos mais eficazes para aumentar o otimismo nesse tipo de paciente.

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